domingo, 28 de novembro de 2010

O Behaviorismo


O behaviorismo

 O estudo do comportamento

  O Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson. O termo inglês Behavior significa “comportamento”; por isso para dominar essa tendência teórica, usamos Behaviorismo - e, também, comportamentalismo, Teoria Comportamental, Análise Experimental do Comportamento.
Watson, postulando o comportamento como objeto da Psicologia, dava a esta ciência a consistência que os psicólogos da época vinham buscando - um objeto observável, memorável, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos. Essas características foram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência, rompendo definitivamente com sua tradição filosófica. Watson também defendia uma perspectiva funcionalista para a Psicologia, isto é, o comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio. Ele buscava a construção de uma Psicologia livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos, e que tivesse a capacidade de prever e controlar.
O behaviorismo hoje, não se entende comportamento como uma ação isolada de um sujeito, sim, como uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o seu “fazer” acontece. Portanto, o Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do individuo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações).
 Para explicar a adoção desses termos” resposta e estímulo”, duas razoes podem ser apontadas:
A Razão metodológica: deve-se ao fato de que os analistas experimentais do comportamento tomaram como modo preferencial de investigação, um método experimental e analítico. Como isso, os experimentadores sentiram a necessidade de dividir o objeto para efeito de investigação, chegando a unidades de análise.
A Razão histórica: refere-se aos termos escolhidos e popularizados, que foram mantidos posteriormente por outros estudiosos do comportamento, devido ao seu uso generalizado.
O homem começa a ser estudado a partir de sua interação com o ambiente, sendo tomado como produto e produto dessas interações.

Análise experimental do comportamento

O mais importante dos behavioristas é B.F.Skinner. O behaviorismo de Skinner tem influenciado muitos psicólogos em vários paises. Esta influencia de estudo ficou conhecida por Behaviorismo radical, para designar uma filosofia da Ciência do Comportamento (que ele propôs defender) por meio da análise experimental do comportamento.
A base da corrente skinneriana esta na formulação do comportamento operante. Para desenvolver este conceito, retrocederemos um pouco na historia do behaviorismo introduzindo as noções de comportamento reflexo ou respondente, para então chegarmos ao comportamento operante.
O comportamento respondente

O comportamento reflexo ou respondente é o que usualmente chamamos de “não - voluntário” e inclui as respostas que são eliciadas (produzidas) por estímulos antecedentes do ambiente.
Esses comportamentos reflexos ou respondentes são interações estimulo- respostas (ambiente – sujeito) incondicionadas, nas quais certos eventos ambientais confiavelmente eliciam certas respostas do organismo que independem de “aprendizagem”. Mas interações desse tipo também podem ser aprovadas por estímulos que, originalmente, não eliciavam respostas em determinado organismo. Quando tais estímulos são temporalmente pareados em estímulos eliciadores podem, em certas condições, eliciar respostas semelhantes às destes. A essas novas interações chamamos também de reflexo.
No inicio dos anos 30, Skinner começou  o estudo do comportamento justamente pelo comportamento respondente, que se tornara a unidade básica de analise, ou seja, o fundamento para a  descrição das interações individuo – ambiente. O desenvolvimento de seu trabalho levou-o a teorizar sobre um outro tipo de relação do individuo com seu ambiente, a qual viria a ser nova unidade de analise de sua ciência: o comportamento operante, Esse tipo de comportamento caracteriza a maioria de nossas interações com o ambiente.

O comportamento Operante
O comportamento operante abrange um leque amplo da atividade humana - dos comportamentos dos bebes aos mais sofisticados, apresentando pelo humano. Como nos dia Keller, o comportamento operante “Inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento tem efeito sobre ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta ou indiretamente”
O que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela resultante – a satisfação de algumas necessidades, ou seja, a aprendizagem esta na relação entre uma ação e seu efeito.
Esse comportamento operante pode ser representado da seguinte maneira: R→ S. Em que R é a resposta e S o estimulo reforçador, que tanto interessa ao organismo. Esse estímulo reforçador é chamado de Reforço. O termo “estímulo” foi mantido da relação de R-S do comportamento respondente para designar-lhe a responsabilidade pela ação, apesar de ela ocorrer após a manifestação do comportamento. O comportamento operante refere-se à interação sujeito - ambiente. Nessa interação chama-se relação fundamental a relação entre a ação do individuo (a emissão da resposta) e as conseqüências. É considerada fundamental porque o organismo se comporta (emitindo esta ou aquela resposta), sua ação produz uma alteração ambiental (uma conseqüência) que por sua vez, retroage sobre o sujeito, alterando a probabilidade futura de ocorrência. Assim, agimos ou operamos sobre o mundo em função das conseqüências da resposta são variáveis de controle mais relevante.
 Reforçamento

Chamamos de reforço a toda conseqüência que, seguindo uma resposta, altera a probabilidade futura de concorrência dessa resposta.
O reforço pode ser:
Positivo: é todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz (oferece alguma coisa ao organismo)
Negativa: é todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua (permite a retirada de algo indesejável).
 No reforçamento negativo, dois processos importantes merecem destaque:
Esquiva: é um processo no qual os estímulos aversivos condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo de tempo apreciável, permitindo que o individuo execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a magnitude do segundo estimulo.
Fuga: neste caso, o comportamento reforçado é aquele que termina com um estímulo aversivo já em andamento.

Extinção

É um procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente de ser reforçada. Como conseqüência, a resposta diminuirá de freqüência ate mesmo poderá deixar de ser emitida. O tempo necessário para que a resposta deixe de ser emitida dependerá da historia e do valor do reforço envolvido.

Punição

É outro procedimento importante que envolve a conseqüência de uma resposta quando há apresentação de um estímulo aversivo ou remoção de um reforçador positivo presente. Os dados de pesquisas mostram que a superação do comportamento punido só é definitiva se a punição for extremamente intensa, isto porque as razoes que levaram a ação- que se pune- não são alteradas com a punição.
Punir ações leva á superação temporária da resposta sem, contudo, alterar a motivação.

 Controle de estímulos

Tem sido polemica a discussão sobre a natureza ou a extensão do controle que o ambiente exerce sobre nós, mas não há como negar que há algum controle. Assumir a existência desse controle e estuda-la permite maiôs entendimento dos meios pelos quais os estímulos agem.
Dois importantes processos devem ser apresentados:
Discriminação:
 Diz-se que se desenvolver uma discriminação de estimulo quando uma resposta mantém na presença de um estimulo, mas sofre certo grau de extinção na presença de outro. Isto é, um estímulo adquire a possibilidade de ser conhecido como discriminativo de situação reforçadora. Sempre que der for apresentado e a resposta emitida, haverá reforços.




Generalização
É um estimulo adquire controle sobre uma resposta devido ao reforço na presença de um estimula similar, mas diferente. Frequentemente, a generalização depende de elementos comuns a dois ou mais estimulos.

Behaviorismo: sua aplicação

Uma área de aplicação dos conceitos apresentados tem sido a educação. São conhecidos os métodos de ensino programado, o controle e a organização das situações de aprendizagem. Bem como a elaboração de uma tecnologia de ensino. (pág.55)
Na verdade, a Análise Experimental do Comportamento pode nos auxiliar a descrever nossos comportamentos em qualquer situação, ajudando-nos a modificá-los.
 O eu e os outros

(...)Numa análise comportamental, uma pessoa é um organismo, um membro da espécie humana que adquiriu um repertório de comportamento.
(...)Uma pessoa controla outra no sentido de que se controla a si mesma. Ela não o faz modificando sentimentos ou estados mentais. Dizia-se que os deuses gregos mudavam o comportamento infundindo em homens e mulheres estados mentais como orgulho, confusão mental ou coragem, mas, desde então, ninguém mais teve êxito nisso. Uma pessoa modifica o comportamento de outra mudando o mundo em que esta vive.
(...)As pessoas aprendem a controlar os outros com muita facilidade. Um bebê, por exemplo, desenvolve certos métodos de controlar os pais quando se comporta de maneiras que levam a certos tipos de ação.
A questão do controle

Uma análise científica do comportamento deve, creio eu, supor que o comportamento de uma pessoa é controlado mais por sua história genética e ambiental do que pela própria pessoa enquanto agente criador, iniciador; todavia, nenhum outro aspecto da posição behaviorista suscitou objeções mais violentas.
Subestimamos amiúde o fato que o comportamento humano é também uma forma de controle.Uma pessoa que age sobre e aquilo que obtém é essencial para a sua sobrevivência e para a sobrevivência da espécie.

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